sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Não sei mais se rola punk rock atualmente", diz CJ Ramone !!!


Em mais uma passagem pelo Brasil, ex-baixista dos Ramones comenta a escassez de novas bandas do gênero e fala sobre sua experiência no grupo...


Foi tentando citar cinco bandas "atuais" de punk rock que CJ Ramone comentou que hoje em dia a situação se encontra crítica no que diz respeito ao surgimento de novos representantes neste gênero musical.

"É terrível eu ter que fazer tanto esforço para falar de alguns grupos novos", diz. O ex-baixista dos Ramones está no Brasil novamente (sua última vinda foi em 2009), trazendo clássicos da banda com a turnê American Punk, e se apresenta neste sábado, 24, no Manifesto Bar, em São Paulo. CJ conversou por telefone com a Rolling Stone Brasil e comentou sobre a quase que ausência de grupos de peso na cena punk atual e acerca de sua passagem nesta que foi uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.

"Não sei mais se rola muito punk rock por aí", diz o baixista. "Existe uma ou outra banda, mas percebo que hoje em dia escuto as músicas que costumava ouvir quando era jovem." Desde que substituiu Dee Dee Ramone nos Ramones, em 1989, CJ, então caçula no grupo, com 24 anos, sempre foi o integrante que acabava apresentando novos sons ao frontman Joey. Porém, ao que parece, as coisas hoje estão bem diferentes.

Quando questionado sobre cinco nomes que estão começando, empacou. "Desde que essa onda emo tomou conta, eu parei de tentar buscar por novas bandas que eu curtisse, porque era inacreditavelmente frustrante", conta. "Via uma foto de um grupo que parecia punk, se vestia como punk, e quando ia ouvir, pensava: 'Jesus Cristo, é emo!'" As três bandas lembradas pelo baixista como bons exemplos de som de qualidade no gênero hoje em dia, fugindo do chamado emo, foram o Street Dogs, de Massachusetts, os texanos do Riverboat Gamblers e os californianos The Bronxs.

Além da redução por parte dele na pesquisa e da provável escassez de representantes mais novos, o ex-Ramones ainda atenta a um outro fator: a alteração na sonoridade de grupos que surgiram como punks anos atrás. "Eu não sei nem dizer o som que fazem hoje bandas punk que eram novas na época em que eu estava nos Ramones, como o Green Day", comenta. "Eles meio que se tornaram pop rock." CJ fala ainda sobre o quão decepcionado se sentiu ao ouvir o álbum American Idiot, lançado pelo trio em 2004.

"O disco inteiro rasgou os Estados Unidos e acabar com seu próprio governo é uma coisa muito fácil e barata de se fazer. Os Sex Pistols já fizeram isso", alfineta.RamonesEm 1989, CJ Ramone assumiu, no baixo, o papel de substituto de Dee Dee - integrante da formação original do grupo setentista, que, apesar de ter deixado a banda pelos problemas que vinha enfrentando graças ao abusivo uso de drogas, continuou auxiliando nas composições.

Christopher Joseph Ward (o verdadeiro nome de CJ) conta que foi o primeiro a participar da seleção para entrar na banda. Ele chegou a integrar a Marinha norte-americana, mas na época já era um desertor. Após permanecer em sua casa por dois meses para os testes com os Ramones, decidiu voltar atrás. "Quando fui para o terceiro ou quarto teste, pensei: 'Não posso fazer isso, preciso voltar para a Marinha'. Liguei para a base e disse que queria retornar. Em vez de eles falarem 'Ok', mandaram a polícia na minha casa e me prenderam", recorda.

"Um dia recebi uma ligação e achei que fosse a minha mãe chorando, quando atendi era o Johnny perguntando o que estava acontecendo. Pedi desculpas e ele falou: 'Fique na boa porque quando você sair, terá um emprego.'" Após seis semanas atrás das grades, Christopher Joseph viraria CJ Ramone.O baixista é a típica figura de quem os fãs poderiam ter uma inveja tremenda, uma vez que teve a oportunidade de fazer parte da banda que admirava, saindo da pista dos shows em direção ao ponto mais alto do recinto, o palco.

Contudo, de acordo com ele, fazer parte da realidade dos Ramones foi, a princípio, tarefa árdua. Mais do que ter nos ombros o peso de ocupar o posto de Dee Dee, percebeu que haveria a necessidade de saber lidar com as constantes brigas que compunham o dia a dia do quarteto. "Foi muito constrangedor no começo. Johnny e Joey não conversavam entre eles. Se eu ficasse muito próximo do Joey, Johnny ficaria bravo comigo e vice-versa", conta. "Eu percebi que se fosse sobreviver em uma banda, teria que arrumar um jeito de lidar com todo mundo à minha maneira e não fazendo o que eles queriam que eu fizesse.

"CJ comenta, todavia, que apesar das brigas, enxergava em Joey a figura de amigo, e em Johnny a de mentor. "E o Marky era o cara que fazia tudo ficar engraçado. Era ele que fazia as piadas para quebrar a tensão", revela. De 1989 a 1996, ano em que a banda decidiu encerrar as atividades (após o lançamento do álbum ¡Adios Amigos!, de 1995), e uma série de shows de despedida, os integrantes eram Joey Ramone, Johnny Ramone, Marky Ramone e CJ - tendo passado pelo grupo Tommy, Dee Dee, Richie e Elvis (Clem Burke, baterista do Blondie). Em momento de desabafo, o baixista reclama da atenção dada pelo público e pela mídia aos conflitos da banda.

"Tudo o que tem sido publicado é negativo, e brigas acontecem na vida de todo mundo. Ninguém se dá bem o tempo todo", diz. "Eu entendo que as pessoas queiram saber o que rola nos bastidores, mas acho que muita atenção foi voltada a isso, e trocaram o fato de eles serem uma das melhores bandas de todos os tempos por esse drama estúpido. Por isso que me juntei ao Daniel.

Para lembrar as pessoas de como o grupo era bom."O Daniel citado acima é o produtor musical nova-iorquino Daniel Rey, conhecido por ter composto algumas músicas junto a Dee Dee e Joey, e por ter trabalhado em álbuns dos Ramones - o primeiro produzido por ele foi Halfway To Sanity, de 1987. Daniel Rey se encarrega da guitarra, junto a Mike Stamberg na bateria, nos shows que estão rolando no Brasil desde o dia 20, quando CJ se apresentou no Rio de Janeiro.

Já foram realizadas nesta turnê apresentações em Novo Horizonte (SP, 21/7), Goiânia (22/7), Brasília (23/7), e agora chega a vez da capital paulista neste sábado, 24. "O Brasil sempre foi o melhor lugar para tocar - e não falo isso da boca para fora. Não há fãs dos Ramones como aqui e na Argentina", afirma. O público pode aguardar no show os grandes sucessos do grupo, com CJ no microfone e no baixo (na época em que integrava os Ramones, gravou alguns vocais, como em "Strength to Endure" e "Main Man").

Como o próprio disse, a intenção da vinda é relembrar os fãs sobre o legado musical dos Ramones, buscando deixar as imagens das brigas para trás. "Eles inventaram o estilo, foram os primeiros a colocar tudo junto e acho que ninguém tocou o estilo deles melhor do que eles próprios", afirma.

Pessoal, perdoe minhas palavras mas........FODAM-SE os emos......bando de sem cultura!!!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cavalera Conspiracy toca Sepultura, ‘Iron Maiden’ e inédita no SWU !!!


Há 14 anos sem dividir um mesmo palco no Brasil, os irmãos Max e Iggor Cavalera fizeram há pouco uma das apresentações mais pesadas deste último dia de SWU. Apesar de 2/3 do repertório ter sido dedicado às faixas do Cavalera Conspiracy, mais recente projeto da dupla, o show teve faixas do Sepultura, incluindo “Refuse, resist”, “Troops of doom”, “Attitude” e “Roots”. O guitarrista Andreas Kisser e Derrick Green, atual vocal do Sepultura, acompanharam o show dos ex-parceiros.

Das faixas do álbum do Cavalera Conspiracy, que musicalmente lembram o thrash metal mais cru dos primeiros discos do Sepultura, entraram “Inflikted”, “Sanctuary”, “Terrorize”, “Hex”, “Ultra-violent” e “Hearts of darkness”, que Max disse ter apelidado de “Iron Maiden”. A banda também tocou uma inédita, chamada “Warlords”. Segundo o vocalista, o segundo álbum do Cavalera Conspiracy deve sair no próximo ano.

Por toda a fazenda era possível ver a poeira levantar e ouvir os urros de Max Cavalera, que brincou e comandou os fãs o tempo todo. Aos 41 anos, mais gordo, com dentes a menos e os dreadlocks ainda mais bagunçados do que nos tempos de Sepultura, o vocalista provou que ao menos seu vozeirão continua forte como nunca.

Iggor, que depois do show ainda trocou as baquetas pelas pick-ups de DJ para se apresentar no SWU com seu outro projeto, Mixhell, também deu show na bateria. Usando uma camiseta do Palmeiras no início da apresentação, o músico voltou a encarnar o “velho Igor” (o da fase do Sepultura, sem o “g” dobrado pela numerologia), atacando os pedais dos bumbos duplos com a mesma fúria que o tornou conhecido 20 anos atrás. Ao final do show, Iggor trouxe a mulher e os filhos ao palco e agradeceu ao público abraçado com o irmão.



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aos 70 Anos que John Lennon faria !!!



Se estive vivo, John Lennon completaria amanhã (09 de Outubro) 70 anos . Em várias capitais do mundo exposições, shows e cerimônias devem ser realizadas para marcar o aniversário da morte do ex-Beatle, como em Nova York e, em Liverpool, reduto dos "Beatlemaníacos".
Neste sábado, dia 9, será inaugurado, em Liverpool, um monumento à paz pelo filho Julian e pela primeira mulher Cyntia.

O
Google também resolveu prestar uma homenagem à John Lennon. Foi adicionado em sua página de busca um desenho do rosto do músico e incluiu um botão clicável que, quando clicado, toca a música "Imagine".

John Lennon foi assassinado em 8 de dezembro, em Nova York quando voltava do estúdio de gravação junto com a mulher, Yoko Ono.




Abaixo um breve histórico de John Lennon...

---John Lennon ganhou notoriedade mundial como fundador do grupo de rock britânico The Beatles. Na época da existência dos Beatles, John Lennon formou com James Paul McCartney o que seria uma das mais famosas duplas de compositores de todos os tempos, a dupla Lennon/McCartney.


John Lennon foi casado com
Cynthia Powell, e com ela teve o filho Julian. Em 1966, conheceu a artista plástica japonesa Yoko Ono. Em 1968, Lennon e Yoko produziram um álbum experimental, "Unfinished Music No.1: Two Virgins ", que causou controvérsia por apresentar o casal nu, de frente e de costas, na capa e contracapa.

A partir deste momento, John e Yoko iniciariam uma parceria artística e amorosa. Cynthia Powell pediu o divórcio no mesmo ano, alegando adultério. Em 1969, o casal se casou numa cerimônia privada no rochedo de Gibraltar. Usaram a repercussão de seu casamento para divulgar um evento pela paz, chamado de "
Bed in", ou "John e Yoko na cama pela paz", como um resultado prático de sua lua-de-mel, realizada no Hotel Hilton, em Amsterdã. No final do mesmo ano, Lennon comunicou ao seus parceiros de banda que estava deixando os Beatles.

Ainda no mesmo período, Lennon devolveu sua medalha de Membro do Império Britânico à Rainha Elizabeth, como uma forma de protesto contra o apoio da Grã-Bretanha à guerra do Vietnã, o envolvimento da Inglaterra no conflito de Biafra e "o fraco desenvolvimento de Cold Turkey nas paradas de sucesso".

Em 10 de abril de 1970, Paul McCartney anunciou oficialmente o fim dos Beatles. Antes disso, John Lennon havia lançado outros dois álbuns experimentais, "Life with lions" e "Wedding album". Também lançara o compacto "Cold Turkey" e o disco ao vivo "Live peace in Toronto", creditados a banda "
Plastic Ono Band", com a participação de Eric Clapton. No final do ano, sai o primeiro disco solo de Lennon, após o fim dos Beatles: John Lennon/Plastic Ono Band, que contou com a participação de Ringo Starr, Yoko Ono e Klaus Voormann.

Durante a década de 1970, John e Yoko envolveram-se em vários eventos políticos, como promoção à paz, pelos direitos das mulheres e trabalhadores e também exigindo o fim da Guerra do Vietnã. Seu envolvimento com líderes da extrema-esquerda estadunidense, com Jerry Rubin, Abbie Hoffman e John Sinclair, além de seu apoio formal ao Partido dos Panteras Negras, deu início a uma perseguição ilegal do governo Nixon ao casal. A pedido do Governo, a Imigração deu início a um processo de extradição de John Lennon dos EUA, que durou cerca de 3 anos, período em que John ficou separado de Yoko Ono por 18 meses, entre 1973 e 1975.

Após reconciliar-se com Yoko, vencer o processo de imigração e conseguir o Green Card, Lennon decidiu afastar-se da música para dedicar-se à criação de seu filho Sean Taro Ono Lennon, nascido no mesmo dia de seu aniversário em 1975. O casal voltou aos estúdios em 1980 para gravar um novo álbum, Double Fantasy, lançado em novembro. Era como um recomeço. Porém em 8 de dezembro do mesmo ano, John foi assassinado em Nova York por Mark David Chapman, quando retornava do estúdio de gravação junto com a mulher.

Dentre as composições de destaque de John Lennon (creditadas a Lennon/ McCartney) estão "
Help!", "Strawberry Fields Forever" e "All You Need Is Love", "Revolution", "Lucy in the Sky with Diamonds", "Come Together","Across the Universe,"Don't Let Me Down" e na carreira solo "Imagine", "Instant Karma!", "Happy Xmas (War Is Over)", "Woman", "(Just Like) Starting Over" e "Watching the Wheels".

Em
2002, John Lennon entrou em oitavo lugar em uma pesquisa feita pela BBC como os 100 mais importantes britânicos de todos os tempos.

Recentemente, em 2008, John foi considerado pela revista Rolling Stone, o 5º melhor cantor de todos os tempos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

“Quase aconteceu no ano passado”, diz Max sobre reunião do Sepultura


O vocalista Max Cavalera disse em entrevista que o Sepultura quase voltou a se reunir no ano passado com a formação clássica. O músico está atualmente em na sua nova banda, o Cavalera Conspiracy, juntamente com seu irmão Igor Cavalera.

Em entrevista ao site
Altsounds, Max comentou que no ano passado ligou para Andreas Kisser propondo uma reunião do Sepultura com a formação que projetou o nome do grupo no exterior: Igor Cavalera (bateria), Paulo Jr. (baixo), Andreas Kisser (guitarra) e Max (voz, guitarra).

“Isso quase aconteceu no ano passado”, comenta Max. “Realmente eu liguei para o Andreas e falei sobre isso [a reunião] porque eu gostaria de fazê-lo. Eu disse ‘deveriamos fazer isso, cara. Agora é a hora’. Ele respondeu: ‘vamos fazer’”.

“Depois o que eu sei é que ele tem todas essas exigências loucas, envolvendo as pessoas que trabalham para eles e tenho ele como o chefe de tudo, então eu disse: ‘não é assim que vai ser se [a reunião] acontecer’. Ele começou a falar um monte de besteiras sobre dinheiro e coisas assim, então eu recuei”.

"Não é pelo do dinheiro, é pelo nome da banda”, declarou Max. Sobre o fato da banda continuar na ativa sem os irmãos Cavalera, Max disse que “pelo menos quando o Igor estava na banda havia um membro fundador. Quando o Igor saiu virou uma piada, nenhum integrante original que começou a banda está nela, então é como uma banda cover, e isso é como uma piada”.



Seria uma boa se eles voltassem a antiga formação...até por que o Sepultura nunca mais foi o mesmo se Max e Igor Cavalera...
...mas..vamos ver se um dia isso pode vir a acontecer...


sábado, 18 de setembro de 2010

Fim de Semana Show.....puro Rock 'n' Roll com os amigos !!!

E ai pessoal...depois de um tempinho distante, estou de volta....

Pô, esse fim de semana foi massa...
Não tem coisa melhor do que você se divertir com amigos escutando uma bela banda de Rock, tocando perfeitas musicas...
Essa moçada ai de baixo...rsrs....são gente fina...principalmente o Thiagão ai.....figurão...hehehe.....

Turminha da Alegria...(da esq. pra dir.) Abraão, Thiagão(zé tequila), Brena, Bruno e Kellen...






Turminha da Alegria pt 2...(da esq. pra dir.) Thiagão(zé tequila), Silvinha, Brena, Abraão e Bruno (eu)rsrs.... e a Kellen tirando a foto..heheh

E essa é especial para o meu brother do ritual tequila...rsrs....
THIGÃO TEQUILA!


Bons momentos da vida que estou tendo....muito Rock 'n' Roll e muita diversão...ao lado dos amigos e claro, do meu amor....



..fui...até a próxima....

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu Sou Ozzy !!!


A história de vida de uma pessoa famosa e bem sucedida financeiramente é algo que interessa a muitas pessoas. Mas quando esse famoso é um dos mais importantes nomes da história do Rock, esse interesse é multiplicado pela admiração - às vezes quase doentia - que os fãs têm.

John Michael Osbourne, o inglês nascido em uma pobre cidade industrial, se tornou um dos mais adorados artistas do mundo da música: Ozzy Osbourne. Em “Eu Sou Ozzy” (Editora Benvirá) o vocalista conta momentos marcantes de sua história pessoal e profissional em uma viagem com altos e baixos que se refletem também nas páginas do livro.

“Eu Sou Ozzy” é dividido em duas partes. Na primeira parte Ozzy conta sobre sua infância difícil. Família numerosa, falta de dinheiro, nenhuma diversão. Sua dislexia e déficit de atenção impediram que o jovem Ozzy fosse destaque na escola. Pelo menos destaque positivo. O histórico familiar de problemas psiquiátricos dá uma dica sobre o que o futuro reservava ao garoto Osbourne.

Desde criança Ozzy encontrou um modo de superar suas limitações: fazer palhaçada. Se não fosse um cantor famoso, provavelmente Ozzy se daria bem como comediante. E em todo o livro há passagens engraçadas, mesmo quando o assunto é sério e preocupante. Sempre há um comentário que tira o peso da situação e faz o leitor esboçar um sorriso.

Um dos momentos marcantes do livro é quando Ozzy conta sobre sua experiência em uma prisão, antes dos 18 anos, onde passou alguns meses e conviveu com todo tipo de criminoso perigoso. As descrições sobre seu emprego em um matadouro também são impagáveis.

Mas são os acontecimentos seguintes que realmente chamam a atenção do leitor que estiver interessado no “vocalista Ozzy Osbourne”. Seu encontro com Geezer Butler, Bill Ward e Tony Iommi.

Ozzy descreve seus primeiros contatos com os companheiros de Black Sabbath, os primeiros passos do quarteto como uma banda, o fim prematuro que quase aconteceu com a saída temporária de Tony Iommi para tocar no Jethro Tull. As páginas dedicadas ao Sabbath são - sem dúvida - as mais interessantes do livro.

São momentos de efervescência criativa, de deslumbramento com o sucesso que se abria aos quatro integrantes. Ozzy também ajuda a desenhar um pouco da personalidade de cada um dos membros da banda. Mas é bom sempre ter em mente que essa é apenas uma visão possível de todo o quadro.

O peso negativo das drogas e do álcool é marcante na carreira do Sabbath, principalmente depois do álbum “Vol. 4”, o que levou lentamente ao fim do grupo.

A segunda parte do livro começa com Ozzy no fundo do poço, sem banda, com problemas com a esposa Thelma e cada vez mais afundado no álcool. É aí que Sharon Arden começa a ganhar importância na vida do vocalista. É interessante saber os detalhes do início da carreira solo de Ozzy, época em que ele parece ter renascido. Em partes.

Um dos momentos emocionantes é quando Ozzy conta as circunstâncias que causaram a morte do guitarrista Randy Rhoads em um acidente aéreo. É perceptível que Ozzy carrega um sentimento de culpa pelo ocorrido, principalmente porque Rhoads já tinha mostrado interesse em parar de excursionar e se dedicar ao estudo da música.

Mas passado esse episódio triste, esta segunda parte do livro traz pouco de realmente interessante. É uma alternância de bebedeiras, cocaína, maconha, remédios de todos os tipos, bebedeiras, sexo, bebedeiras e muitas brigas com Sharon Osbourne, a empresária que se tornou sua esposa.

Em diversos momentos Ozzy afirma sobre a importância de Sharon em sua vida, tanto pessoal quanto profissional. O ruim é que pouco se fala do aspecto musical e artístico de Ozzy Osbourne nessa parte do livro. E as infindáveis declarações de amor cansam um pouco.

Mas, é claro, também há música. Ozzy comenta sobre a reunião do Sabbath em 1985, no Live Aid. Ainda que não seja explícito, dá para perceber como o cantor quis passar um recado aos ex-companheiros. Algo como “hoje eu sou um astro, e vocês?”.

O suicídio do fã John McCollum, a confusão com testes de HIV, os processos de Bob Daisley e Lee Kerslake. Ozzy fala de tudo, mas nem sempre com profundidade. Três episódios marcantes das loucuras do cantor são descritas em detalhes: a decapitação de uma pomba com os dentes em uma reunião da CBS; a mordida no morcego e a mijada no Álamo, no Texas. É engraçado, de tão bizarro.

O resultado de 40 anos tomando todo tipo de droga possível - menos heroína, que Ozzy nunca gostou - se reflete na saúde debilitada, nas tremedeiras, na gagueira.

“Eu Sou Ozzy” é bem interessante por repassar oficialmente a história desse importante personagem. Mas sempre é bom lembrar que trata-se de uma autobiografia, ainda que escrita com a ajuda do jornalista Chris Ayres. E autobiografias geralmente correm o risco de trazerem uma imagem embelezada do biografado ou deixarem de fora algumas verdades duras e cruéis.

Apesar das excessivas declarações de amor a Sharon, “Eu Sou Ozzy” é um bom documento para quem quer entender mais sobre o astro da TV, o vocalista louco e o ser humano Ozzy Osbourne.